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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Dois medos profundos


Maria Madalena

Canalizada por Pamela Kribbe, em janeiro de 2017

Eu sou Maria Madalena e ajoelho-me diante de vocês, com admiração e respeito pelo que estão fazendo na Terra. Vocês estão abrindo novos caminhos de consciência, e estão fazendo isto enquanto ainda carregam os pesos do passado dentro de si. Antigos sofrimentos e ansiedades vêm à tona exatamente porque novos modos de consciência estão se infiltrando em sua percepção, seu corpo e suas emoções. Na criação real de novos caminhos de consciência, vocês curam a antiga dor.

Parece que isto deveria ter acontecido no passado… vocês estiveram na Terra tantas vezes antes… mas até agora não era possível criar novos caminhos. Ainda havia muita consciência presa às velhas instituições de poder e autoridade, e as pessoas estavam aprisionadas pelo medo de não conseguirem sobreviver, pela ansiedade no plano físico, ou pelo medo de ser socialmente condenadas ao ostracismo.

Estes medos são muito profundos nas pessoas. Se você não sabe quem você é, se está imerso nas estruturas de inconsciência que é mantida pela sociedade, então você acredita que é seu corpo, e o medo pela sobrevivência atinge-o no mais profundo do seu ser, pois, neste caso, morrer significa ser destruído. Surgem, então, impulsos intensos para resistir e estes podem levá-lo a destruir outra pessoa, se for necessário, para assegurar sua própria sobrevivência. Este é um medo básico primitivo.

E há também o medo de ser banido da sociedade, de não poder mais pertencer ao grupo, que também é um medo muito profundo nas pessoas.

Se você não está consciente do seu eu-alma, da sua essência divina, você pensa que é um corpo, e que é uma personalidade socialmente moldada nesse corpo. A personalidade, que é formada pelas influências sociais do passado, foi e ainda está sendo moldada pelo medo. Você quer pertencer ao grupo; quer ser aceito por outras pessoas. Existe uma parte indefesa em você que deseja ser sustentada, aprovada e acolhida. Esta é a parte sua que deseja pertencer, e ela ainda é muito forte em todas as pessoas.

Você acaba de emergir de um modo de pensar e viver que era dominado pelo poder e a impotência, que estava sob o domínio do medo. Sinta em si mesmo, no seu próprio campo energético, onde essas antigas energias ainda estão agindo. Sinta isto intuitivamente. Observe se existem áreas cinzentas, ou até mais escuras, agindo visivelmente na sua aura ou no seu corpo. Perceba a ação dessas velhas energias, como ansiedade, obediência exagerada, medo pela sobrevivência e medo de ser rejeitado e ficar só. Estes são os dois maiores medos que limitavam as pessoas no passado.

A transição para o novo leva tempo. Você pode muito bem imaginar que há muito trabalho a ser feito para abandonar antigos medos, para chegar a confiar realmente na consciência do coração, numa nova consciência que afirma que você não é apenas seu corpo. Seu corpo faz parte de você, é uma parte preciosa na qual você vive temporariamente e através da qual você se expressa. Mas você é muito mais do que isso. Você é uma consciência de alma, uma luz viva, que é independente de formas físicas e materiais. Isto é um grande salto de consciência! E talvez um salto maior ainda seja o fato de você estar livre da pressão social. Porque a pressão social – ter que pertencer ao grupo – muitas vezes leva as pessoas ao nível vibratório mais baixo: a consciência de multidão. Geralmente aquilo que domina um grupo ou uma multidão, uma estrutura de poder ou um indivíduo, evoca os maiores medos nas pessoas e as manipula.

Estes medos são os dois maiores obstáculos que as pessoas experimentaram no passado. E graças a esses medos, elas descem ao espaço do “nós”, do pertencimento, opondo-se a outras pessoas ou coisas que estejam fora do seu grupo. E assim começam a pensar em termos de “nós contra eles”, de forma que pertencer ao grupo se torna algo vital. O medo, então, precisa ser sempre confirmado, junto com as justificadas soluções para ele. O modo de lidar com esses medos inclui violência e domínio daqueles que estão fora do grupo. Estes temas estão vindo à superfície com muita força neste momento, como se pode ver no mundo à sua volta.

Uma consciência maior é necessária agora, uma consciência que conecte e enxergue a igualdade entre todas as pessoas, mesmo que venham de ambientes totalmente diferentes, com histórias e culturas diferentes; uma consciência que enxergue no outro o que vocês têm em comum, mesmo que ele seja muito diferente de você. Esta é a tarefa deste momento, tanto no nível individual, interior, quanto entre países e culturas. Esta é a grande quebra de barreiras que vai curar o mundo. E o maior passo para essa cura é abandonar a identificação com seu corpo e com sua personalidade socialmente formada; é elevar-se acima dessas identificações e novamente reconhecer o chamado da sua alma. Sua alma lhe diz que tudo é possível, enquanto o medo em você insinua que muito pouco é possível, que você precisa se proteger, por exemplo, dos outros, ou de doenças… Mas a alma que vive em você é corajosa e forte, ela transcende às limitações.

Gostaria de lhe dizer que você – a pessoa com quem estou falando agora – já vem ajudando a aumentar a consciência na Terra, há muitas vidas e há bastante tempo. Antes desta vida, você já experimentou a sensação de unidade da qual eu falo, o fato de ser mais do que um corpo, a sensação de ser uno com outro, mesmo que o outro venha de uma experiência muito diferente da sua. Você já conhece o sentimento de querer se elevar acima de classe e posição social, embora esta energia nem sempre tenha sido bem-vinda na Terra. Foi um processo de aprendizagem ter que lidar com a diferença entre sua forma de sentir e pensar e a forma de sentir e pensar do mundo ao seu redor, ou com o modo que a maioria das pessoas percebe as coisas. E não se esqueça que muitas pessoas gostariam de pensar de outra forma, gostariam de sentir de forma diferente, porque ninguém é feliz nas garras do medo, ninguém deseja isso.

O que está acontecendo nesta época, é que as pessoas estão ficando cada vez mais fartas da vida baseada no medo. Existe agora tanta energia nova na atmosfera da Terra – uma sensação tão intensa da possibilidade das coisas serem diferentes – que as pessoas estão despertando. E certamente os jovens, as novas gerações que estão nascendo na Terra, estão sentindo mais e mais o gosto desta nova energia que você vem carregando consigo há séculos, e sentem cada vez menos prazer nas velhas formas de ser e viver. Mas, do ponto de vista dos padrões de pensamento existentes, esta energia da nova geração é algo selvagem, caótico, que não se adapta às normas estabelecidas e leva a problemas de comportamento. Entretanto, esta energia contém as “dores do parto”; algo novo está querendo nascer.

Chego agora ao ponto principal desta conversa. Você está aqui como um mentor, para servir de parteira no nascimento desta nova energia, neste momento. Entretanto, isto exige muito de você, porque você ainda traz dentro de si os traumas de maus julgamentos e rejeição; você sabe o que é ser julgado por suas ideias inovadoras. Parte do seu legado é ser socialmente isolado, ser diferente, e isto vem deixando ferimentos emocionais em você, desde o dia em que você nasceu… na verdade, antes mesmo desta sua vida ter começado. 

Este é o momento em que lhe será pedido para sair da sua concha, para se mostrar, se apresentar, a fim de ajudar a nova energia que se manifesta agora, especialmente através dos jovens, e orientá-los, por assim dizer. Você pode ser um canal, porque tem um entendimento profundo tanto do antigo quanto do novo. Você conserva uma perna na velha energia, pela qual foi ferido, portanto é capaz de ter compaixão pelas pessoas que estão com medo de serem rejeitadas e ficarem sós. Você também tem compaixão pelas pessoas que estão aterrorizadas de morrer, por acreditarem que não existe nada além do corpo físico. Sua consciência expandiu-se justamente porque você teve que viver e trabalhar no escuro, portanto você é um dos que podem ser uma ponte entre o velho e o novo.

Assim, apelo a você. Peço-lhe que assuma seu lugar natural, embora eu saiba o quanto este esforço pode lhe custar. Você ficou tão acostumado a pensar que não existe nenhum lugar para você, que se sente totalmente desgastado pelo esforço. Mas é justamente neste ponto que você é levado a realizar sua tarefa. No momento em que pensa: “Eu desisto, não há mais nada que eu possa fazer…”, este se torna o ponto de virada, quando você consegue finalmente permitir que qualquer coisa que aconteça possa fluir através de si. Você deixa de lado sua vontade pessoal, suas ideias de como as coisas deveriam ser, e se permite mover com o fluxo da sua alma.

O poder que você desenvolveu, e também a dor que sofreu, de alguma forma quebraram o seu ego. E isto é um processo doloroso, pois todo ego é contrário à dor e a ser despedaçado. Entretanto, este é o único meio, porque, num certo sentido, a dor e o trauma que você carrega consigo fazem parte do caminho. Quando você realmente sente esta dor e a envolve com compaixão, você a deixa ir; você tem vontade de “morrer”, por assim dizer, devido ao conhecimento de que algo maior o está carregando; você se entrega à sua essência mais profunda e verdadeira, e não mais luta contra a realidade terrena.

Você, inclusive, desiste de tentar convencer os outros, porque se tornou verdadeiramente você mesmo. Você não está mais aqui para mudar os outros, nem está mais aqui para mudar a si mesmo; está apenas sendo você. E esta é exatamente a sua função de ponte, que é o seu lugar natural. É isto o que quero dizer quando falo em “assumir seu lugar natural”. Tenha compaixão por si mesmo e pela velha dor que permanece em sua vida, e deixe que a cura simplesmente aconteça. Ao enxergar este processo como parte do seu caminho, e deixar a velha dor onde ela está, a cura acontecerá por si mesma. Ajuda chegará para você de todos os lados. Tudo o que aspira à vida, ao crescimento e à alegria, deseja lhe ser útil… os guias, as forças auxiliadoras do universo… Você só precisa estar disposto a assumir seu lugar natural e dizer para si mesmo: “Eu não vou mais viver de acordo com o medo. Os medos ainda podem estar por aí, mas eu sou mais, muito mais do que isso. E me recordo disto todos os dias”.

Então verá que a vida o leva ao lugar ao qual você pertence, onde se sente bem, onde pode vivenciar alegria e felicidade. Ser um trabalhador da Luz, aquele que traz a mudança, não precisa mais ser um dever pesado e cheio de agonia. Isto pertence ao passado e não é mais o seu destino. A estrada para o novo também significa para você um novo nascimento, em paz com a Terra e onde você pode assumir seu lugar de uma forma natural.

E, finalmente, observe se as palavras “assumir seu lugar natural” trazem imagens espontaneamente à sua mente. Talvez lhe venham à mente lugares do seu cotidiano, ou situações, ou ocupações… ou surja algo que possa ser uma possibilidade para o futuro. Onde você se sente realmente relaxado e feliz? Esses são os lugares em que você pode deixar sua energia fluir naturalmente. Veja se alguém o chama… talvez você o reconheça como uma pessoa conhecida. Ou talvez surja um ambiente na sua visão mental… Observe se há algum lugar que o convide alegremente a ir para lá. E não tenha medo de experimentar as coisas, porque há bastante espaço para brincar livremente.

Assumir o seu poder é voltar a sentir-se em casa na Terra, sendo quem você realmente é e assumindo seu lugar aqui. Isto parece muito simples, mas é a culminação de uma longa jornada que você criou como alma. Peço-lhe que se entregue a esse lugar; ele não está mais tão distante.

Muito obrigada pela sua atenção.

Maria Madalena 
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Fonte: http://www.jeshua.net/por/
Tradução: Vera Corrêa / veracorrea46@ig.com.br
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