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segunda-feira, 21 de março de 2011

MICHAEL
E A SABEDORIA DOS SALMÕES

"Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo" (Mahatma Ghandi)

Nadando contra a maré, os salmões são um dos pescados mais valorados da indústria, porque se tornaram os mais puros, saudáveis e saborosos de sua espécie. Assim são os humanos que habitam o planeta nos últimos séculos e não se agregaram às modernidades funestas e degenerativas do Homem, enquanto Ser de natureza divina.

A Sabedoria de Michael, que se faz espelho de conduta ao longo de toda a sua atual vivência terrena, nos exemplifica essa postura de não se prostituir para ser aceito como "normal" por uma sociedade decadente e inconsciente de sua procedência e essência. Tornamo-nos casca e não conteúdo... Michael é puro conteúdo, um ser pleno de consciência, essência e sabedoria. Pagou um preço altíssimo por isso, mas manteve-se ético e coerente com seu interior.

Tendo por modelo o Avatar do Século XX-XXI - Michael Joe Jackson -, continuamos nossa saga em busca dos valores perdidos por essa "sociedade líquida", superficial e materialista que nos governa. É uma tarefa difícil caminhar na contramão da história, resgatando valores quando somos incentivados - e quase obrigados - a perdê-los. Desde a infância se é levado a mentir, a culpar e a julgar os outros, pois assumir a responsabilidade de um ato equivocado significa ser castigado. Portanto, a desonestidade cresce par e passo com a irresponsabilidade, gestando cidadãos "deficientes cívicos".

E assim, chamamos desonestos os ladrões, os corruptos e corruptores, os políticos, os usurpadores do poder, os exploradores, os etc. e tal, esquecendo-nos de que o mundo é um reflexo de nós mesmos. O que está lá fora está também dentro de nós e por isso existe. Não é a "ocasião que faz o ladrão", mas sim a predisposição de roubar, e a impunidade de que tanto se fala não é da justiça brasileira ou de que país seja. A impunidade é da nossa própria consciência, de nossa falta de ética e escassez de valores morais.

Praticam-se rotineiras desonestidades que de tão comuns não são mais vistas como desonestas. Porém, o que as difere das grandes desonestidades é tão somente o montante ou a proporção do golpe. Colar em uma prova, comprar gabaritos em concursos, sonegar impostos, tentar beneficiar-se das brechas da lei, subornar o guarda de trânsito (ou se deixar subornar), colocar as multas em nome de outras pessoas para não perder a carteira de habilitação, dirigir alcoolizado, dirigir acima da velocidade permitida, aproximar-se das pessoas com segundas intenções, manipular pessoas para tentar levar vantagem, vender ou comprar votos (isso inclui votar por interesses pessoais e não pelos coletivos), cobiçar homem ou mulher comprometidos, trair a outra parte, mentir ao chefe quando se chega atrasado, mentir aos pais ou estes aos filhos... Enfim, uma infinidade de pequenos atos, mas que têm a mesma raiz.

O vocábulo "Honestidade" remete-nos a um rosário de termos que os dicionários relatam como: honradez, dignidade, probidade, decoro, decência..., mas no âmago do termo o que realmente significa ser honesto? Honestidade não se restringe a ser leal com o outro, visto que seja este apenas o enfoque social dessa virtude. Mas até que ponto somos honestos conosco mesmos, subjugados que estamos a conceitos e preceitos externos, impostos de fora para dentro, a fim de que sejamos aceitos como seres "normais"?

Ser honesto consigo mesmo é ser autêntico, é não criar uma imagem para agradar, para ser aceito ou para não enfrentar o julgamento do outro. Mas quem de nós pode ser autêntico sem ferir dogmas, preceitos e preconceitos sociais e, ou, religiosos? Quem de nós tem a coragem de sustentar ser o que é e enfrentar um exército de detratores, juízes e donos de uma verdade relativa que nos foi imposta ao longo dos séculos?

Ao sermos obrigados a ser desonestos socialmente - portanto, sendo desonestos com nossa própria essência -, mutilamos nossa alma, nossa verdade interna, e nos tornamos um conjunto de máscaras que se mostra de acordo com a conveniência. Em casa somos uma máscara, no trabalho somos outra, no convívio social outra, outra mais nos relacionamentos afetivos... No final de tudo, perdemos a noção de quem realmente somos, perdemos o centro de equilíbrio, o que nos fere profundamente, ainda que não nos demos conta disso. E essa ferida é exposta em forma de doenças físicas e, ou, psíquicas.

Somos parte de um sistema consumista, imediatista, competitivo e superficial que nos obriga a sermos uma farsa, desonestos com tudo e com todos, por uma questão de sobrevivência. Não podemos ser coerentes com nossa forma de pensar nem de sentir, somos constantemente obrigados a falar ou agir em desacordo com o que está dentro de nós, porque temos uma competição cotidiana a vencer. Assim, nos tornamos marionetes e reféns de uma rede de verdades relativas ditadas de uma fonte externa e em desacordo com nossa essência. Enlouquecemos. É o que se vê por aí... Felizes? Jamais. Apenas imbuídos de ilusões e ansiedades que descarregamos nos divãs de analistas, nos antidepressivos e nos vícios de toda sorte.

É preciso "salvar o Planeta", é preciso "curar o mundo", é preciso ser salmão ou Michael Jackson: "Não importa o que aconteça, ninguém vai me impedir de ser quem eu sou" (MJJ).


Lição compreendida, meu Mestre!