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domingo, 12 de outubro de 2008

PROCURA-SE DESESPERADAMENTE


A humanidade atingiu um estágio em que a maioria de seus postulados científicos não mais satisfaz, à medida que não preenche os espaços vazios de sua vã compreensão.
O homem atingiu várias escalas de sua evolução tecnológica, conquistou consideráveis quinhões de bens materiais, que lhe proporcionam conforto, porém, está longe de atingir seu bem-estar e sua plenitude como Ser. Continua vazio; continua infeliz.
Em seu estágio evolutivo preponderantemente materialista, concentrou suas energias e seus ideais na busca de bens econômicos, que lhe garantiriam saúde, bem-estar e felicidade. Essa busca cega o distanciou de seu Eu Interior, deixando-o em débito com seu crescimento moral. Embruteceu-se espiritualmente, congelou o romantismo místico das eras em que a sobrevivência lhe bastava. A conquista do poder econômico o imbuiu de uma certa consciência de poder absoluto sobre si e sobre a natureza, desconhecendo um poder maior e universal. Essa sensação de impunidade abriu-lhe flancos na consciência, bloqueando a assimilação dos valores morais, porque a moral contradiz a ganância.
Hoje, embora muito ainda se tenha que aprender, a humanidade atingiu um alto grau de conhecimento e intelectualidade. A desigualdade criada pela acumulação financeira abriu abismos entre raças e classes sociais, e o homem do Século XXI começa a conscientizar-se de que o mundo visto do alto do seu pedestal de ouro é igual ao lodaçal das favelas: sofrimento, doenças, desajustes, desequilíbrios, desilusões ...
O poderio econômico não lhe deu o domínio sobre a natureza, porque não pode comprar o dom da vida e da morte. O falso poder que exerce o dominador sobre o dominado não o faz sentir-se pleno; é, antes de tudo, neurótico.
Hoje, em todos os cantos do mundo, os homens se arrastam atrás de religiões e seitas, seguindo vários caminhos para chegar ao mesmo objetivo: preencher espaços vazios da existência. Os céticos e ateus extinguem-se gradativamente. As religiões surgem, não mais como o “ópio da humanidade” ignorante, mas como uma busca desesperada do homem, unindo intelectuais e analfabetos. São náufragos tateando num infinito escuro, sem encontrar algo em que se segurar.
Nenhuma universidade do mundo revelar-lhes-á os segredos da sabedoria ou da paz interior. Nenhuma lhes ensinará os recônditos caminhos do viver bem, independentemente de poder e de riqueza.
Esse é o estágio evolutivo em que vagueia a humanidade. O Espiritualismo aflora atabalhoadamente, desorganizadamente, preconizando os ideais da cientificamente aceita e batizada “Era de Aquários”. São ensaios de uma nova etapa, onde os juízos de valor adquirirão novas escalas e novos conceitos, aflorando o lado humanista e solidário da humanidade, em relação à Natureza e ao próprio homem.
Em todas as raias de evolução, há sempre uma fase emocional e uma fase racional, momento este em que os conceitos se cristalizam. No meio dessa fase emocional do Espiritualismo, o Espiritismo surge como o contraponto do status quo, o desafio às inteligências materialistas, às concepções dogmáticas e a um estado de coisas em que as religiões compactuam com os interesses mundanos. Irrompe, derrubando tabus, preconceitos, misticismos, crendices, superstições... É uma revolução de valores que racionaliza a fé. Sua tarefa é fazer penetrar a luz num emaranhado de trevas, onde os olhos das almas não estão habituados a ver. O Espiritismo tem a missão do pirilampo: onde só há trevas, um único ponto de luz pode apontar o caminho.
Porém, é preciso mais que fé racional, pois a fé sem obras é fé morta. E fé morta é vazia de obras. Mas não a obra externa, a caridade assistencialista, milhares de palestras, livros, artigos, eventos ... A obra a que Jesus se refere é a obra sobre si mesmo, o trabalho árduo sobre nossas imperfeições, para que possamos ser exemplo aos nossos semelhantes. Mais que a caridade, a reforma íntima é a mola-mestra da evolução.
E possa ser este o caminho que levará o Planeta a ser um todo sem fronteiras, sem divisão de classes sociais, sem segregações religiosas, com sua humanidade buscando um único objetivo: viver em paz.